Exímio artista gráfico, o holandês Maurits Escher disse certa vez que pouca coisa separa a arte da matemática. Por isso, nunca se considerou nem artista, nem gênio dos cálculos, transitando com uma fluência tão impressionante por esse dois meios que acabou fazendo da sua trajetória um processo híbrido, onde cálculo e sensibilidade fundiram-se para criar obras fantásticas. O trabalho de Escher não foi tão aplaudido pelos críticos de sua época quanto deveria mas, adorado pelo público, suas obras cheias de imaginação e método até hoje circulam livremente em emails pela internet, mesmo que você não tenha nem ideia de que está diante de uma produção do artista.
Longe dos meios virtuais, esse conjunto de obra incrível pode ser vislumbrado pelos brasileiros até o dia 27 de março no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, na exposição O mundo mágico de Escher. Ali o público é convidado a entrar em um universo paralelo, onde a ilusão de ótica proposta pelo artista nos faz acreditar nas perguntas que ele fazia a si mesmo: "Quem disse que o chão que pisamos é mesmo o chão, e não o teto de algo?".
São cerca de 60 obras em litografia (processo de gravura a partir do desenho em pedra) e xilogravuras (gravuras a partir de desenho em madeira) - uma trabalheira danada para fazer! - além de instalações-enigmas que nos deixam coçando a cabeça com o mistério calculado do holandês. Em A sala impossível, um mesmo ambiente é capaz de possuir dois universos completamente opostos um do outro, e em Ao cubo, é possível nos vermos - e aos outros também! - reproduzidos ao infinito. E tem a belezura aí de baixo , onde podemos entrar e nos sentir um pouco em "Alice no país das maravilhas":
Ah! E é sempre bom lembrar que é "de grátis". Coisa boa. Depois do Rio, a exposição segue para São Paulo. Para saber mais sobre Escher, acesse: http://mcescher.com/
O Mundo Mágico de Escher - Até 27 de março de 2011
Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Primeiro de Março, 66 - RJ
Entrada franca
Incrível exposição, vale muito. Espero que venha para Porto Alegre. Seria legal ver o mundo mágico de Escher no fantástico prédio da Fundação Iberê.