(Postado originalmente no blog Volume, em 8/11/2010)
Então, eis que começo a acreditar naquela lenda urbana de que Paul McCartney está morto mesmo. Pois o ser que se viu neste domingo, em um Beira-Rio lotado com mais de 50 mil pessoas embasbacadas, não é deste mundo. É uma máquina. Ou um extraterrestre. Algo programado para fazer o impensável com uma facilidade desconcertante, capaz de deixar qualquer mortal boquiaberto.
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Fotos:Adriana Franciose para Clicrbs |
O show de Paul em Porto Alegre (está aí uma frase que eu nunca achei que iria mencionar na minha vida!) provavelmente deve ter surpreendido até quem se julga fã número um do cara e dos outros rapazes de Liverpool. Ver Macca assim, ao vivo, é o atestado final para aquelas pessoas às quais poderia restar alguma dúvida: ele é o maior músico que a arte contemporânea já viu. Mestre até o último fio de cabelo.
A começar por detalhes que fogem à fantástica qualidade musical em si. Alguém viu o senhor de 68 anos, avô de quase uma mão cheia de netos, parar para descansar e tomar água? Alguém viu o artista parecer cansado ou desalinhado da impecável camisa branca que vestia com suspensórios mesmo após TRÊS HORAS de rock puro? E ainda, alguém consegue entender como um homem responsável por mudar a história da música ainda se apresenta para o público com aquela vontade e emoção de estar no palco como se fosse a primeira vez? Coisas que só o sobrenatural conseguiria explicar de fato.
Eu, que tinha assistido à apresentação da Up and Coming Tour em junho deste ano em Londres, achei que não poderia me emocionar tanto em uma segunda vez, mas obviamente eu subestimei a capacidade do Paul e da fantástica banda que o acompanha. Desde os primeiros acordes de Venus and Mars e Rock Show, passando por uma lista de sucessos que fizeram muito marmanjo chorar como criança – Let it be, Here Today, Blackbird e Something estavam entre as boas pedidas para derramar lágrimas – e finalizando com momentos apoteóticos como em Live and Let Die, Hey Jude e Band on the Run, dizer que o show foi impecável é pouco. É o show da vida de quem esteve lá para ver.
O setlist foi um pouquinho diferente do show que assisti em Londres e, se é possível que eu possa dar pitaco em um show tão irretocável quanto este, teria dito pro Paul de cantinho: “Toca Two of Us, como você fez na capital inglesa, e não And I Love Her”. Para mim foi o único momento que achei que a energia caiu um pouquinho. Mas que diferença faz após três horas de pura emoção?
Talvez a grande – e adorável- diferença entre os dois shows que assisti foi ver o esforço do ex-Beatle em arranhar um português e até um gauchês, arrancando risos do próprio Macca e da galera embevecida. Há de se dar crédito também aos músicos que acompanham a Up and Coming Tour por manter a energia lá no alto. Em perfeita sinergia com o ídolo maior, o simpaticíssimo baterista Abe Laborial Jr., os guitarristas Brian Ray e Rusty Anderson e o tecladista Paul “Wix” Wickens estão em comunhão com a simpatia e o carisma de Paul, e a harmonia só deixa tudo mais incrível.
Aliás, tive a oportunidade de entrevistar Brian quando ele desembarcou em Porto Alegre e ele me confirmou a suspeita que já carregava comigo, e da qual ele compartilha: “Paul não é deste planeta mesmo. Acredite”. Se até o cara que está na estrada com ele há quase dez anos diz isso, quem sou eu pra duvidar?
Se faltou alguma coisa para mim neste show, foi uma assinatura do Paul no braço, como ganharam aquelas duas gurias sortudas – uma gaúcha e outra catarinense – ao final do espetáculo. Morri de ciúmes. Teria feito a tatuagem com certeza. Mas cá entre nós, fica a pergunta: quem, depois de assistir a um show de uma vida como este, não faria?
Sente o climão (perdoando a louca que grita nos primeiros segundos de música)
Achei que a louca gritando no começo do vídeo era tu! hehe
Lindo, lindo! Senti como se estivesse ali, pertinho do palco, junto contigo! Eu só vi de lonjão mesmo. :/
ahahahaha, olha, se não estivesse filmando...estaria berrando que nem a lunática ali...mas sabe? Precisava estragar o meu vídeo, precisava? Mas não interessa....muito amor igual, néééam? :P
Sim! Meus vídeos são todos com a minha voz e/ou da minha mãe de fundo. heheh